Pharmaceutical Technology Brasil Ed. 3-19

Pharmaceutical Technology 38 Edição Brasileira - Vol. 23 / Nº3 dos. Mas esses mesmos sistemas não são necessariamente capazes de integrar esses grandes conjuntos de dados e fornecer aos pesquisadores informações acionáveis em uma visão multimodal”, afirma Manolis. Embora a geração de dados e a usabilidade das tecnologias estejam melhorando com melhores interfaces de usuário e sistemas e aplicativos mais fáceis de usar, a integra- ção de conjuntos de dados e conectividade entre conjuntos de dados de diferentes tecnologias e fornecedores continua sendo um desafio. “As ferramentas de análise de software, em vez de apenas recolher dados, devem também ser capazes de analisar e inter- pretar esses dados e fornecer informações como resultado”, afirma Lucia Sousa, química analítica associada de I & D no grupo de desenvolvimento de química analítica da Hovione. “Os fornecedores estão criando softwares que interpre- tam dados, mas mesmo esses sistemas avançados ainda exigem muito esforço do usuário. Os cientistas no laboratório devem ter conhecimento em suas áreas de especialização e não precisam ser especialistas em aplicações de software também”, acrescenta. Ao longo da descoberta, desenvolvi- mento e fabricação comercial, os dados são adquiridos e armazenados em sistemas separados e distintos que contêm infor- mações estruturadas e não estruturadas, de acordo com Manolis. O desafio é ainda mais complicado pela colaboração com parceiros de terceirização, fornecedores, distribuidores e agências governamen- tais que possuem seus próprios sistemas diferentes. Superar esses desafios irá me- lhorar drasticamente as habilidades dos pesquisadores para tomar decisões mais rápidas, e, em última análise, acelerar o desenvolvimento e a aprovação de medi- camentos, acrescenta. Os fabricantes analíticos estão tra- balhando com empresas farmacêuticas e outros para criar soluções de software que facilitam esses processos. O sistema de dados Agilent OpenLab CDS ChemStation Edition, de acordo com a Manolis, é o primeiro a suportar o novo Allotrope Data Format (ADF) (allotrope.org ), um padrão emergente desenvolvido por um consórcio de empresas farmacêuticas. “O ADF padroniza a coleta, troca e armazenamento de dados analíticos capturados em fluxos de trabalho de laboratório e permite que os laboratórios transfiram e compartilhem esses dados entre as plataformas”, explica Manolis. “É preciso ter foco contínuo na evolução dos requisitos do cliente em relação à análise e integração de conjuntos de dados, so- luções compatíveis para análise e arma- zenamento e os desafios de infraestrutura de TI em torno de grandes conjuntos de dados, especificamente aqueles gerados a partir de análises de alta resolução”, continua ela. É um momento emocionante no que diz respeito aos avanços na análise e interpretação de dados, de acordo com Anderson. “Os fabricantes de instrumen- tos e fornecedores de software, como o ACD / Labs, estão enfrentando um novo paradigma. Não estamos mais lidando com a integração de sistemas monolíticos por meio da troca de documentos. Copiar e colar espectros em um documento do Word não é mais suficiente. Integração não apenas de dados, mas aplicativos são necessários para fornecer uma expe- riência de usuário perfeita. As interfaces de tomada de decisão do futuro serão interoperáveis e capazes de alavancar uma variedade de dados heterogêneos e ortogonais ”, explica ele. O horizonte para as soluções de sof- tware para atender às necessidades dos clientes farmacêuticos é positivo e um espaço competitivo e de rápida movimen- tação, concorda Manolis. “De um modo geral, há muitas organizações avaliando e usando ferramentas que não foram projetadas especificamente para o setor farmacêutico, mas talvez para empresas ou consumidores, e essas organizações as adaptaram às suas necessidades. Se- guindo em frente, vemos essas fronteiras continuando a se confundir à medida que as soluções são entregues a partir de uma variedade de fornecedores de software”. Importância da experiência em ciência de dados Os cientistas farmacêuticos também precisarão se adaptar. Uma compreensão da ciência de dados está se tornando es- sencial. “Essa experiência é fundamental para que os cientistas analíticos entendam os dados e desafiem os dados com as perguntas certas e análises subsequentes”, diz Manolis. “Para evitar silos de dados e facilitar o compartilhamento de dados, a experiência adquirida pelo proprietário dos dados será inestimável ao desenvolver ma- neiras de usar as informações existentes ou integrar dados adicionais”, acrescenta. Além disso, a implementação da inte- gração de dados de ponta a ponta requer recursos que incluam fontes confiáveis de dados e documentos, qualidade robusta e manutenção da integridade dos dados. “O objetivo é lidar primeiro com os dados mais importantes para se obter um rápido retorno do investimento. Identificar a in- fraestrutura certa, portanto, será de suma importância”, afirma Manolis. A Hovione também acredita que a ciên- cia de dados permitirá previsões baseadas em dados a partir de big data através de modelagem e inferência estatística. “A ciência de dados permitirá a extração de informações significativas para a tomada de decisões e, consequentemente, per- mitirá maior eficiência nos laboratórios farmacêuticos”, diz Galesio. Ele observa, no entanto, que muitos pesquisadores farmacêuticos ainda carecem de espe- cialização nesse campo. “No futuro, será especialmente relevante combinar a ciên- cia de dados e o conhecimento analítico. Acreditamos que muitas empresas estão investindo cada vez mais nessa área”, observa Galesio. Muitas organizações farmacêuticas estão construindo estruturas ou constru- íram estruturas nos últimos 5 a 10 anos apoiando especificamente a ciência e análise de dados, de acordo com Manolis. “Supomos que esse investimento conti- nuará, à medida que as modalidades e conjuntos de dados continuem a aumentar em complexidade”, conclui PT

RkJQdWJsaXNoZXIy NzE4NDM5