Pharmaceutical Technology Brasil Ed. 3-22

Pharmaceutical Technology 4 Edição Brasileira - Vol. 26/Nº3 programas de desenvolvimento de antibi- óticos em favor de investimentos em áreas mais lucrativas, como a oncologia. Como resultado, poucos novos medicamentos antibióticos foram aprovados. Consequentemente, a necessidade de alternativas aos antibióticos tradicionais tornou-se urgente. Além de levar ao desenvolvimento de novas abordagens químicas, a ameaça atual da resistência antimicrobiana está impulsionando o interesse renovado na fagoterapia. A falta de infraestrutura adequada e o marco regulatório específico são os dois principais desafios para a realização dos produtos comercializados. Felizmente, os desenvolvedores de tra- tamentos baseados em fagos esperam que esses obstáculos sejam superados a médio prazo, com vários candidatos introduzidos ou entrando em breve em ensaios clínicos. A resistência aos medicamentos não é o único fator Combater as bactérias resistentes aos antibióticos atuais é o que a maioria das pessoas observa como o principal fator de interesse no desenvolvimento de terapias baseadas em fagos. Para Alexander Sandro Sulakvelidze, presidente e CEO da desen- volvedora de bacteriófagos Intralytix, há outro fator importante: a crescente compreensão do microbioma humano e seu papel na saúde e na doença. “O campo do microbioma está em pleno crescimento, com muitas mentes brilhantes trabalhando na área. As pes- soas estão estabelecendo ligações entre a composição do microbioma e doenças que vão desde aquelas com etiologia bacteriana óbvia (por exemplo, doenças infecciosas e gastrointestinais como di- senteria bacteriana) a distúrbios que não estão tipicamente associados a infecções O tratamento de infecções bacteria- nas com bacteriófagos (fagos) - vírus que entram nas células bacterianas e se multi- plicam rapidamente, rompendo as células e destruindo as bactérias - é conhecido por estar em vigor desde o início da década de 1920. O advento dos antibióticos de amplo espectro levou a uma interrupção na pesquisa da fagoterapia, no entanto, exceto no leste Europa, particularmente na Geórgia e, em certa medida, na França (1). Enquanto isso, as bactérias desenvol- veram resistência a muitos antibióticos, e novas “superbactérias” que não podem ser tratadas nem mesmo com os antibióticos mais potentes são cada vez mais comuns. Existe um potencial real de que o mundo possa entrar em uma era pós-antibiótica na qual dar à luz ou um corte simples pode representar um sério risco de morte. A situação é agravada pelo fato de que os antibióticos já foram comoditizados há muito tempo, e a maioria das grandes empresas farmacêuticas interrompeu seus Bacteriófagos podem ser armas cruciais na luta contra bactérias resistentes a antibióticos. Cynthia A. ChalleneR Situação atual da fagoterapia Este artigo foi publicado anteriormente na Pharmaceutical Technology Europe Vol. 34 Nº3 (2022) e na Pharmaceutical Technology Sudamérica Nº 177 (2022). Traduzido por Athena Traduções Cynthia A. Challener , PhD, é editora colaboradora de Pharmaceutical Technology.

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