Pharmaceutical Technology Brasil Ed. 1-23

Pharmaceutical Technology 11 Edição Brasileira - Vol. 27 / Nº1 Medindo a cinética de permeação da pele A cinética de administração tópica de medicamentos é uma convolução de dois fatores: a taxa na qual o IFA é entregue à superfície da pele a partir da formulação - a liberação do IFA - e a taxa na qual o medicamento se difunde na pele e através dela. Testes mais antigos in vivo envolvem a aplicação do produto na pele e, em seguida, a realização de biópsias de pele para medir a concentração do ativo ao longo do tempo. A microdiálise e a microperfusão de fluxo aberto são técnicas mais recentes que permitem a amostragem das concentrações de IFA na pele, sem a necessidade de biópsias. A indústria prefere testes in vitro, ou ex vivo. Testes ex vivo utilizando políme- ros sintéticos ou pele cultivada geralmente não é muito preditivo porque esses substratos não têm as mesmas propriedades de barreira que a pele humana real. Portanto, a maioria dos tetes ex vivo é realizada utilizando pele real. O modelo animal mais próximo da pele humana é a pele suína, e muitas medições são realizadas utilizando amostras de pele suína obtidas de animais criados e sacrificados para outros fins. Sempre que possível, os testes são realizados em pele humana. O teste de permeação in vitro (IVPT) é amplamente utilizado para investigar a cinética de entrega de formulações de medicamentos tópicos. A pele humana retirada de cirurgias estéticas ou doada de cadáveres é montada em câmaras de difusão projetadas para permitir que o teste seja realizado em condições semelhantes às encontradas no corpo humano. A pele é preparada e sua integridade avaliada para garantir que não existam defeitos, como orifícios que possam permitir a pas- sagem do excesso de IFA e, assim, distorcer os resultados. A pele é então colocada em uma célula de difusão, sobre uma solução tampão, na qual o IFA é conhecido por ter solubilidade suficiente. A formulação tópica é aplicada na superfície da pele e a penetra- ção do composto é medida monitorando sua taxa de permeação na solução receptora sob as amostras de pele. Este modelo também permite que IFAs e metabólitos dentro das diferentes camadas da pele (ou seja, epiderme e/ou derme) sejam medidos. O IVPT é atrativo porque oferece ummeio de controlar as variáveis que podem influenciar o desempenho do medicamento tópico, in- cluindo volumes de dosagem, umidade, temperatura, estabilidade do IFA, espessura da pele e outros fatores. Ele também permite a realização de análises projetadas com a indicação específica em mente, diz John Newsam, CEO da Tioga Research. Caso o pro- duto seja destinado ao uso em uma ferida, a pele comprometida deve ser simulada removendo-se parte da função de barreira da pele de teste. Algumas formas farmacêuticas podem complicar o processo de medição, mas é fundamental realizar o teste com o produto da forma como ele será formulado e utilizado, afirma. Ao adotar essa abordagem, o IVPT permite examinar adequada- mente o comportamento das formulações, dependendo da forma farmacêutica e da indicação.

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