Pharmaceutical Technology Brasil Ed. 1-23
Pharmaceutical Technology 15 Pharmaceutical Technology 15 Edição Brasileira - Vol. 27 / Nº1 DSAs encontram uso particular no au- mento da biodisponibilidade e solubilidade de fármacos orais de pequenas moléculas, afirma Morgen. Esse aumento de biodispo- nibilidade e solubilidade é alcançado por meio da conversão do fármaco cristalino na forma amorfa, utilizando secagem por pulverização ou extrusão por fusão a quente, revela ele. “Fármacos amorfos podem fornecer [aproximadamente] níveis de fármaco dis- solvido de 2 a 100 vezes maiores do que a solubilidade cristalina, devido à sua maior energia livre, tornando-a uma tecnologia de escolha para muitos compostos”, afirma Morgen. “Avanços recentes na arquitetura de formulação de DSA, como as formas farmacêuticas de alta carga de Lonza, re- duzem a carga da forma farmacêutica em DSAs, tornando-as mais fáceis de serem administradas pelos pacientes”. No entanto, existem desafios associa- dos a essa abordagem, incluindo a preva- lência de compostos de “pó de tijolo” de alto ponto de fusão, alerta Morgen. “[Esses compostos] requerem novas abordagens de processo para formulação como DSAs, por processos térmicos ou à base de sol- vente”, explica ele. “Várias inovações de processo recentes foram desenvolvidas para secagem por pulverização desses compostos, incluindo solventes aquecidos e auxiliares de processamento”. A micronização é bem conhecida e tem um histórico estabelecido, confirma Mercuri. “O processo envolve o uso de um moinho a jato para reduzir o tamanho das partículas dos IFAs para alguns micrôme- tros, melhorando assim a solubilidade, a taxa de dissolução ou o processamento”, diz ele. O processo de fabricação é necessário para aplicações de inaladores de pó seco, que possuem requisitos de tamanho específicos para permitir a entrega do medicamento aos pulmões e vias aéreas centrais, acrescenta Mercuri. Além das aplicações de inalação, a micronização também encontra uso em outros tipos de tratamentos. “Além disso, é altamente fle- xível, pode ser facilmente escalada, é boa para substâncias com baixa estabilidade térmica e facilmente aplicável a diferentes propriedades químicas”, observa Mercuri. “Um desafio particular [com a microni- zação] é que as propriedades do material micronizado são diferentes daquelas do material não micronizado; a área de superfície aumentada pode resultar em fluxo ruim e causar acúmulo de carga eletrostática”, especifica Mercuri. “O fluxo inadequado pode causar problemas de manipulação em processos posteriores, o que significa que excipientes (como deslizantes, aglutinantes e lubrificantes) podem ser necessários para melhorar as propriedades de fluxo. O material também pode se tornar mais higroscópico, portan- to, as condições de armazenamento podem exigir controle de umidade. Para resolver esses desafios, é importante otimizar as condições de trabalho com parâmetros críticos do processo”. Além dos problemas de estática, agre- gação e baixo fluxo de materiais, York também observa que mudanças na cristali- nidade do fármaco, variação de lote a lote e perda de materiais também são ocor- rências frequentes, com a abordagem ‘top down’ da micronização. “Nas últimas duas décadas, esses fatores limitantes geraram interesse tanto em uma compreensão mais profunda do estado sólido de materiais farmacêuticos, fármacos e excipientes, quanto em abordagens alternativas para redução de tamanho”, diz ele. “As tecnologias importantes que sur- giram até hoje operam com um princípio ‘bottom up’, onde a partícula final é preparada a partir de uma alimentação de solução - essencialmente operações de secagem. Esses processos incluem secagem por pulverização, secagem por congelamento, precipitação antisolvente com fluido supercrítico (SCF) e, mais recentemente, outras abordagens foram introduzidas, como congelamento por pulverização, homogeneização, estruturas de lipossomas, formação de cocristais, bem como várias tecnologias geradoras de nanopartículas”, afirma York. “Com um número crescente de biofármacos sendo introduzidos como agentes terapêuticos que requerem engenharia de partículas para obter partículas adequadas para a administração de medicamentos, foram feitas adaptações adequadas aos proces- sos existentes e outras abordagens foram introduzidas, tal como a microfluídica”. York destaca as tecnologias antissol- ventes SCF como uma abordagem que provou ser bem-sucedida para a Cryste- cPharma no fornecimento de partículas projetadas. Ele afirma que o processo, controlável e “adaptável”, permite a pro- dução de partículas com as características fisicoquímicas e biofarmacêuticas deseja- das, com alto rendimento em um processo escalável de etapa única. “O processo pode operar com sucesso tanto para entidades biofarmacêuticas quanto químicas orgâni- cas”, diz York. “Além disso, a preparação de partículas compostas contendo fármacos e excipientes funcionais oferece oportunida- des para ‘desenvolvimento em partícula’, com composição de partícula uniforme”. Além disso, à medida que a conscienti- zação sobre a importância da engenharia de partículas na distribuição de medica-
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NzE4NDM5