Pharmaceutical Technology Brasil Ed. 2-24
Pharmaceutical Technology 6 Edição Brasileira - Vol. 28 / Nº2 incluindo como uma abordagem estra- tégica e baseada em evidências pode garantir rotulagem robusta e máxima qualidade do produto, garantindo um uso eficiente dos recursos. Uma estratégia de estabilidade robusta requer um bom planejamento As empresas farmacêuticas preci- sam de um programa de estabilidade robusto, com processos claramente definidos e protocolos detalhados. Em- bora as diretrizes do Conselho Inter- nacional de Harmonização (ICH) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) descrevam os requisitos de testes de estabilidade, as diretrizes foram pro- jetadas com flexibilidade para permitir que as empresas usem abordagens alternativas quando cientificamente justificadas (1,2). Portanto, é impor- tante ter uma sólida compreensão das expectativas regulatórias e adotar uma abordagem estratégica e baseada em evidências para planejar um progra- ma de estabilidade. Ao fazê-lo, será possível criar um quadro adequado para estes estudos que seja eficiente e cientificamente sólido. Os estudos de estabilidade come- çam cedo e continuam durante todo o desenvolvimento da droga, com as exigências reguladoras e o grau de complexidade e de validação que au- mentam geralmente através das fases mais atrasadas (3). Os primeiros estudos fornecem uma compreensão inicial do perfil de esta- bilidade de um produto, incluindo vias de degradação. Estes estudos também apoiam decisões sobre o processo de produção, bem como formulação e embalagem. Todos os dados coletados dos estudos de estabilidade ao longo do desenvolvimento são então usados para projetar os protocolos para o teste final de estabilidade para apresentação regulatória para obter aprovação no mercado, incluindo o estabelecimen- to do período de reteste e rotulagem comercial. Métodos indicadores de estabilidade Um aspecto crítico dos testes de estabilidade é o desenvolvimento de um método de indicação de estabili- dade que deve ser capaz de separar e quantificar o API e todas as impurezas do processo e produtos de degradação em amostras de substâncias farmacêu- ticas (DS) e produtos farmacêuticos (DP) (4). Para fármacos de pequenas molé- culas, o método primário de indicação de estabilidade emprega mais fre- quentemente cromatografia líquida de alta performance em fase reversa (RP-HPLC) com detecção ultravioleta (UV) (5). O LC de ultra alta pressão está sendo cada vez mais usado em métodos de indicação de estabilidade, oferecendo ganhos em velocidade, resolução e sensibilidade. Um método de indicação de es- tabilidade é desenvolvido através de estudos de degradação forçada, tam- bém chamados de estudos de estresse, que são realizados em condições mais severas do que as dos testes de es- tabilidade acelerada. Através desses estudos, um perfil degradante pode ser desenvolvido em um curto espaço de tempo, como algumas semanas. Uma nova publicação de autores representando 10 empresas farmacêu- ticas globais fornece recomendações para projetar estudos de degradação forçada, para garantir que os estudos não estressem insuficientemente os medicamentos testados, o que pode levar a surpresas durante estudos a termo, nem super exploram os medi- camentos, criando risco de gerar pro- dutos de degradação irrelevantes que são diferentes daqueles que podem ser vistos durante o armazenamento, distribuição ou uso (6). Atributos de qualidade do produto a testar Os estudos de estabilidade devem testar atributos de qualidade do pro- duto suscetíveis a alterações durante o armazenamento que possam afetar a eficácia ou a segurança e devem abordar atributos físicos, químicos, biológicos e microbiológicos (1). Os testes específicos necessários variam dependendo do produto e do tipo de produto. Além da potência, produtos de degradação e impurezas de processo, os testes de estabilidade podem abordar qualidades, como aparência, umidade, dissolução, du- reza, viscosidade e pH, usando uma variedade de técnicas analíticas. Os produtos injetáveis exigirão testes microbiológicos, e os injetáveis são frequentemente sensíveis à tempera- tura e à luz. Alguns produtos, como os formu- lados para inaladores de pó seco, são particularmente sensíveis à humidade. Certos produtos exigirão testes de foto-estabilidade, conforme descrito em ICH Q1B (1). Em produtos de combinação de dose fixa, a interação entre duas ou mais APIs também deve ser considerada (2). Formulações complexas, como nano- partículas e microemulsões, também podem exigir uma consideração cuida- dosa dos atributos críticos de qualida- de. Da mesma forma, há considerações adicionais para testes de estabilidade de biofarmacêuticos (1,7,8). A embalagem é outro componente importante dos testes de estabilidade. Nos estudos, a substância ou produto medicamentoso deve ser embalado em um sistema de fechamento de re- cipiente semelhante ao que será usado para o produto comercializado (1,2).
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