Pharmaceutical Technology Brasil Ed. 6-23
Pharmaceutical Technology 13 Pharmaceutical Technology 13 Edição Brasileira - Vol. 27 / Nº6 terapêutico consistente”. Espera-se que o crescimento no setor de produtos biológicos continue em um ritmo impressionante, o que, de acordo com Hanenberg, também estimulou mais avanços na tecnologia OSD. “Embora os produtos biológicos tenham sido tradicionalmente admi- nistrados por via parenteral devido à natureza sensível de seus ingredientes ativos, o recente trabalho de desenvol- vimento de algumas dessas moléculas, como a insulina, permitiu que elas fossem formuladas para administração oral”, diz ele. “Essa mudança aumenta a centralização no paciente, oferecen- do a conveniência da administração oral e, ao mesmo tempo, introduzindo novos desafios de formulação para medicamentos de moléculas grandes. Como resultado, podemos esperar que mais desenvolvedores voltem sua atenção para esses avanços na admi- nistração de medicamentos”. A notável mudança de foco do setor para o desenvolvimento de terapias de proteína e RNA ficou evidente nos últimos anos, acrescenta Caralli. “A pesquisa sobre o fornecimento de nanopartículas explodiu após a pande- mia de COVID-19: um desses métodos envolve o uso de nanopartículas para fornecer vacinas de mRNA por meio do trato gastrointestinal, conforme pesquisado por Robert Langer e sua equipe no Massachusetts Institute of Technology (1). Essas vacinas não seriam limitadas pelas restrições da cadeia de frio das versões injetáveis, permitindo a distribuição mais fácil de medicamentos para países em desen- volvimento e áreas rurais”, observa ela. As vacinas administradas por via oral e outras vacinas não parenterais são ótimos exemplos de maneiras pelas quais as empresas farmacêuticas po- dem melhorar a adesão dos pacientes, enfatiza Verhaeghe. “Essas formas de dosagem não apenas eliminam a me- ticulosa cadeia de frio necessária para o uso de produtos biológicos líquidos, tornando-os menos suscetíveis a inter- rupções na cadeia de suprimentos, mas também se mostraram mais atraentes para os pacientes, principalmente devido à eliminação de agulhas desa- gradáveis”. Uma evolução notável Estima-se que uma em cada seis pessoas terá mais de 60 anos até 2030 (2), o que significa que haverá uma proporção maior de pacientes que podem ter dificuldades com a destreza e a deglutição, afirma Hanenberg. “Os desenvolvedores de OSDs terão que reformular seus medicamentos para atender a essas necessidades em evo- lução dos pacientes, projetando seus comprimidos para serem menores e mais fáceis de engolir e as embalagens para serem mais acessíveis. Eles tam- bém devem considerar as necessidades dos pacientes pediátricos, adaptando sua administração para combater os medicamentos de sabor amargo com sabores e sensação bucal mais pala- táveis”, diz ele. A avaliação do fato de uma forma de dosagem ser ou não atraente e satisfatória para a população-alvo de pacientes afeta a adesão ao medica- mento, o que é tão importante quanto garantir que os excipientes corretos para o ativo sejam selecionados para facilitar a administração ideal do me- dicamento e a estabilidade do produto, confirma Maharaj. “A centralização no paciente é uma tendência que continuará a ser um fator-chave no desenvolvimento de novas formas de dosagem de medicamentos no futuro”, enfatiza. “O setor testemunhou uma evolução notável nas formas de dosagem de medicamentos, impulsionada por uma convergência de avanços científicos, abordagens centradas no paciente e incentivos regulatórios”, conclui Bhat. “Como estamos na interseção da inovação e da saúde, tornou-se empolgante mergulhar nas tendências que estão moldando o futuro da admi- nistração de medicamentos PT Referências 1. Kim, H.; Kirtane, A.R.; Kim, N.Y.; et al. Gastrointestinal Delivery of an mRNA Vaccine Using Immunostimula- tory Polymeric Nanoparticles. AAPS J. 2023, 25, 81. 2. WHO. Ageing and Health. WHO.int, Fact Sheet, Oct. 1, 2022.
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